O progresso do projeto LIFE Natura@night é acompanhado, de forma muito próxima, por uma equipa externa de monitores. São eles os nomeados pela Comissão Europeia para verificar no terreno a boa execução e aplicação dos fundos europeus.
Na passada semana (7 e 8 de fevereiro), durante a sua visita, e além de reuniões técnicas e financeiras, foi possível visitar alguns dos trabalhos já iniciados, verificando in loco alguns resultados preliminares e outros ajustes necessários ao cumprimento dos objetivos. A SPEA, acompanhada pelos seus parceiros locais na Madeira, liderou um roteiro ao longo da costa Este.

A primeira paragem desta jornada foi no Cristo Rei do Garajau, onde puderam conhecer a rede de monitorização de poluição luminosa que está a ser instalada na Macaronésia através dos fotómetros. Estes são aparelhos sensíveis, desenvolvidos especificamente para este propósito, que captam a intensidade da luz e permitem um acompanhamento diário das alterações da iluminação, disponíveis ao vivo em:
Entre o Pico do Facho e a Ribeira do Natal demonstrámos os trabalhos realizados em busca de colónias de aves marinhas, através de prospeção direta dos ninhos e de colocação de gravadores autónomos (ARUs) que nos permitem a gravação das vocalizações das aves e, desta forma, ter uma estimativa do tamanho populacional das colónias existentes.
No mesmo trajeto, foram também apresentados os trabalhos realizados com armadilhas luminosas para a captura de insetos atraídos pelas luzes artificiais. Apenas na Madeira, foram recolhidos 7300 espécimes de insetos, desde borboletas noturnas a escaravelhos, formigas e até gafanhotos. Nesses mesmos pontos de amostragem estão a ser identificadas as espécies de morcegos existentes, através da utilização de AudioMoths e redes de captura.
Já em Santa Cruz, demos a conhecer a área urbana já intervencionada ao nível de mudança de luminárias. Esta iluminação, controlada remotamente, tem permitido uma poupança anual de 400.000 euros ao município, que têm sido reinvestidos em mais alterações em prol da sustentabilidade energética e da biodiversidade noturna.
De regresso ao Funchal, numa última paragem em Gaula, demonstrámos a metodologia de censos costeiros de poluição luminosa realizados quinzenalmente. Estes servem para identificar e monitorizar fontes de poluição luminosa no mar, durante os quais é registada a atividade das embarcações ao longo da costa e caracterizada a sua iluminação.
São muitas as horas, durante o dia e a noite, que as nossas equipas dedicam a estes trabalhos, que tanto envolvem trabalho de campo, como de análise e interpretação dos dados. Contamos também muitas vezes com a ajuda preciosa de voluntários, que contribuem para a nossa causa, aos quais endereçamos um agradecimento especial.