Na Madeira, entre os dias 23 de outubro e 5 de novembro, ocorreram brigadas científicas da Campanha Salve uma Ave Marinha. Essas brigadas consistiram em 17 percursos pela ilha, realizados duas vezes por noite, com o objetivo de localizar aves marinhas desorientadas. A realização destas patrulhas foi possível graças à cooperação de 93 voluntários e da comunidade local, que se uniram à equipa da SPEA.
A cooperação e o senso de comunidade cresceram ao longo da campanha, muito devido à participação ativa de 6 jovens voluntários apoiados pelo Corpo Europeu de Solidariedade, 41 voluntários regionais e 10 externos. Além disso, a iniciativa contou com a colaboração efetiva de 28 trabalhadores de 5 municípios da Madeira (Santana, Machico, Santa Cruz, Funchal e Câmara de Lobos), destacando assim a vital importância da comunidade local na realização destas operações de resgate de vida selvagem.
Durante estas semanas intensas, a SPEA Madeira ofereceu uma série de formações em biologia, abordando temas que incluíram Sistemas de Informação Geográfica (QGIS), estudo de insetos e morcegos, introdução à conservação da vida selvagem e metodologias de censos de aves. Além disso, foram dadas formações presenciais e online aos participantes das brigadas científicas sobre a metodologia das mesmas. Estas formações foram um chamariz para 10 voluntários nacionais e internacionais dispostos a participar nas brigadas, oriundos de Portugal Continental, Espanha e Inglaterra.
As sessões formativas foram um sucesso, tendo uma participação de mais de 20 voluntários em cada uma delas. Além das formações, a campanha foi enriquecida por uma série de eventos especiais e surpresas, como visitas a museus e áreas protegidas da Madeira, o emocionante evento noturno Mega Apagão, a realização pública de anilhagem e a libertação das cagarras, culminando num descontraído piquenique de encerramento das brigadas.
Como resultado deste trabalho em conjunto, foram resgatadas 15 aves: 14 cagarras e uma freira-da-madeira. No entanto, também foi encontrada uma alma-negra já falecida.
Além de possibilitarem uma nova oportunidade para as aves marinhas resgatadas, as brigadas científicas também fortaleceram o sentimento de comunidade e cooperação, sensibilizando e atraindo pessoas para a região.