A poluição luminosa é uma ameaça para as aves marinhas, em especial na época em que os juvenis abandonam os ninhos. Estas aves são atraídas pelas luzes, levando à colisão com edifícios, linhas elétricas e veículos. Esta problemática tem se tornado mais alarmante à medida que aumentam as pressões de desenvolvimento nas áreas costeiras, nomeadamente devido à ocupação destas áreas pelas urbanizações e unidades hoteleiras.
Cerca de 75% da população da Madeira vive na costa sul, resultando ser a fração da ilha com maior número de aves marinhas vítimas de encandeamento.
As ruas sobreiluminadas, os projetores de luz mal direcionados (para escarpas e para o mar) e os candeeiros que não bloqueiam a emissão de luz para o céu, contribuem para a poluição luminosa das cidades.
Cientes dos elevados números de aves marinhas vítimas da poluição luminosa, em 2009, a SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves criou a Campanha Salve uma Ave Marinha. Esta campanha surgiu devido à presença de aves marinhas, no arquipélago da Madeira, com distintos estatutos de conservação, e que continuamente são afetadas pela iluminação pública. A grande aposta foi sempre na sensibilização da população para a problemática da poluição luminosa, atuando na redução na emissão de luz e também na formação sobre o procedimento a adotar perante uma ave desorientada. A campanha cresceu e foram muitos os voluntários que nos apoiaram na recolha de aves, libertando-as no seu meio natural – o mar.
Espécies alvo
Freira-do-bugio Pterodroma deserta
– Dimensão média, de tamanho semelhante a um pombo mas maior que a freira-da-madeira;
– Dorso cinzento e ventre branco;
– Cabeça com plumagem cinzenta até aos olhos;
– Bico negro e grosso, maior que o da freira-da-madeira.
Roque-de-castro Hydrobates castro
– Dimensão pequena, inferior a um pombo;
– Plumagem negra de onde se destaca uma barra branca na base da cauda.
Pintainho Puffinus lherminieri
– Dimensão média e pequena, inferior a uma gaivota;
– Semelhante ao patagarro, podendo ser distinguido através da existência de plumagem branca em redor dos olhos.
Patagarro Puffinus puffinus
– Dimensão média, inferior a uma gaivota;
– Dorso de cor negra e ventre branco;
– Bico preto alongado;
– Olhos assentes na plumagem negra que lhe cobre a cabeça.
Calcamar Pelagodroma marina
– Dimensão pequena, ligeiramente inferior a um melro;
– Não se assemelha a nenhuma outra ave marinha e é facilmente distinguida pelo seu voo que “calca o mar”.
Alma-negra Bulweria bulwerii
– Dimensão pequena, semelhante a um pombo;
– Apresenta um corpo de cor escura, asas longas e estreitas e cauda longa.
Freira-da-madeira Pterodroma madeira
– Dimensão média, de tamanho semelhante a um pombo;
– Dorso cinzento e ventre branco;
– Cabeça com plumagem cinzenta até aos olhos;
– Bico negro e grosso.
Cagarra Calonectris borealis
– Ave marinha de maior porte do arquipélago, maior que uma gaivota;
– Bico amarelo;
– Plumagem do dorso acastanhada e ventre branco.
Consulte o calendário: saiba quando os juvenis saem dos ninhos e esteja atento a possíveis quedas de aves marinhas. Contamos consigo!