Ao longo dos anos de 2022 e 2023, foram realizados inquéritos sobre poluição luminosa nos arquipélagos da Madeira, Açores e Canárias, expondo a consciência e preocupação da população em relação aos impactos desta ameaça à biodiversidade noturna.
As pessoas claramente estão conscientes do impacto da luz artificial nos animais noturnos, e querem mudar isso, mesmo que implique algumas alterações nas suas vidas – Tânia Costa, Técnica da SPEA Madeira
Os resultados dos 2207 inquiridos apontam para um forte apoio da comunidade a medidas ousadas na luta contra a poluição luminosa. Uma significativa maioria de 87% expressou apoio à redução da iluminação pública das suas ruas entre a meia-noite e as 6h, um período considerado de menor utilização da iluminação pública. Este dado sugere que as pessoas estão dispostas a ajustar seus hábitos para combater a poluição luminosa.
Além disso, 92% dos participantes reconhecem que a luz artificial impacta negativamente as aves marinhas, como as cagarras. Surpreendentemente, 94% afirmam ter salvo ou estarem dispostos a salvar aves marinhas desorientadas pela iluminação excessiva. Adicionalmente, 77% dos inquiridos concordam que áreas protegidas devem ser preservadas sem iluminação artificial.
Espera-se que os resultados deste inquérito motivem governos locais, regionais e outros stakeholders a intensificar os seus esforços contra a poluição luminosa. A consciencialização da população é clara, e a expectativa é de que ocorram mudanças concretas que reduzam significativamente esta ameaça.